Rui: A oportunidade do 6º Congresso não pode ser desperdiçada
Equipe Agência PT
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Além do necessário balanço de nossos governos e da atuação do PT nos últimos anos, com erros, e acertos em maior número, está mais do que na hora de colocar no centro de nossos debates a definição de uma estratégia precisa para a conquista e democratização do poder do Estado pelo PT. Como evitar a oposição inerente à burocracia do estado contra os governos progressistas? Como tratar a transformação do Judiciário, hoje uma força política sem controle social e profundamente comprometida com interesses conservadores? E a mídia, qual o melhor caminho para romper o monopólio e democratizá-la?
A oportunidade do amplo debate que surge com a realização do 6o. Congresso não pode ser desperdiçada. Mobilizar os (as) milhares de militantes envolvê-los (as) numa participação efetiva, que não seja apenas depositar o voto na urna, mas convidá-los (as) ao debate, à reflexão e à crítica – esta será a garantia de retomar o rumo de construção de um Partido, socialista, democrático e de massas. Este amplo processo é que pode garantir a constituição de uma direção partidária sintonizada com a base, que signifique, de um lado, o fim do imobilismo e da burocratização, e, de outro lado, a mobilização unitária para reunir forças, com movimentos sociais, populares, partidos de esquerda e democratas em geral para derrotar os golpistas, barrar as contrarreformas e conquistar eleições diretas já.
O futuro do PT depende de nossa capacidade de refazê-lo, reorientá-lo e de nos reencontrarmos com sua base social.
Durante os 13 anos que o PT governou o Brasil, com Lula e Dilma, o País sofreu transformações profundas, principalmente nas condições de vida do povo. Deixamos um legado histórico incomparável que nos credencia a pleitear, com um novo programa democrático-popular, o retorno ao governo do País através de eleições livres e diretas.
O Congresso é, também, a oportunidade para promover mudanças organizacionais e consolidar uma direção que leve em conta a diversidade partidária, diversidade cultural, regional, de gênero, diversidade étnica e racial e de orientação sexual, oferecendo substância política e ideológica ao coletivo partidário.
É ainda o momento para a elaboração de um balanço e uma síntese programática que reponha na ordem o dia a necessidade de reformas democráticas e populares, a exemplo das reformas tributária, urbana, da reforma do Estado, do sistema político-eleitoral, democratização da mídia, e reforma agrária. Esta última, aliás, entendida não apenas como meio para a democratização do acesso à terra, mas como fundamento de uma política econômica inclusiva e soberana com o controle sobre os recursos naturais e as riquezas produzidas.
Finalmente, uma tática precisa para atuar na conjuntura complexa e movediça dos tempos atuais no País, mas igualmente com diretrizes de atuação internacional, onde sobrelevam os conflitos, a hegemonia dos projetos neoliberais e as ameaças à paz mundial.
P.S. Este é o último artigo semanal que escrevo como presidente do PT, pois encerro o mandato no próximo dia 3 de junho, quando da eleição do (a) meu (minha) sucessor (a).
Rui Falcão é presidente nacional do PT
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